quarta-feira, 7 de julho de 2010

Currículo e Desenvolvimento Humano

Currículo e Desenvolvimento Humano


O texto da autora Elvira de Souza Lima, apresenta algumas reflexões sobre como o currículo pode contribuir para o desenvolvimento humano. Segundo a autora a escola é o espaço onde se constrói e amplia conhecimento, destacando o professor como peça fundamental para a construção da aprendizagem, onde professor precisa se reconhecer como um indivíduo em constante aprendizagem. Ressalta ainda a importância do conhecimento de áreas como a neurociência, psicologia, antropologia e lingüística, destacando a cultura como um fator integrante desse processo. Não só a construção como o desenvolvimento dos conceitos se realizam de maneira progressiva e de forma recorrente, sendo assim o tempo da aprendizagem se constitui também em um elemento importante no decurso dessa atividade.

A autora discute o processo de humanização a partir do desenvolvimento cultural da espécie.
“seres humanos vão à escola com vários objetivos. Mas a existência da escola cumpre um objetivo antropológico muito importante garantir a continuidade da espécie, socializando para novas gerações as aquisições e invenções resultantes do desenvolvimento cultural da humanidade.”

Nesse sentido achei pertinente a definição de educação nos dicionários brasileiros:
“Ação ou efeito de educar, de desenvolver as faculdades físicas, intelectuais e morais da criança e, em geral, do ser humano; disciplinamento, instrução, ensino.” (Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, Caldas Aulete)
“Ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens para adaptá-las à vida social; trabalho sistematizado, seletivo, orientador, pelo qual nos ajustamos à vida, de acordo com as necessidades ideais e propósitos dominantes; ato ou efeito de educar; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas, polidez cortesia.” (Pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Hollanda)
Segundo a autora “o adulto detém um papel importante, culturalmente determinado, de garantir a continuidade da espécie. Nesse sentido a segunda definição se aproxima da idéia da autora, quando diz que é ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens, para adaptá-las a vida social. No entanto, essa definição além de restringir a educação também traz uma visão conformadora. à necessidade de transmitir esses conhecimentos fez com que surgisse a escola, é justamente ela que tem função de fazer com que a criança se aproprie dos conhecimentos e instrumentos que possibilitem o desenvolvimento cultural, onde as coisas, objetos, linguagens lugares façam sentido e lhe permitam se reconhecer dentro desse processo.
“Um currículo que se pretende democrático deve visara humanização de todos. E ser desenhado a partir do que não está acessível às pessoas.”
De acordo com a autora a exclusão do acesso aos bens culturais, se constitui em uma barreira na aquisição do conhecimento. É função “da escola prover e facilitar esse acesso”
Bourdieu diz: A escola ao transmitir seus conhecimentos através de seus sistemas simbólicos exclui aqueles que não dominam os códigos necessários para a decodificação e assimilação da cultura escolar.
Nas escolas em geral nas aulas de ciências, física e química o uso de um laboratório e seus equipamentos é indispensável a este tipo de atividade, aprender a manusear esses instrumentos, conhecê-los, saber por que utilizá-los reforça a aprendizagem que é construída em processos. Assim como a produção artística o uso das novas tecnologias além de jornais livros filmes, saber, oferecer o acesso e saber utilizá-las a favor da educação é o grande desafio da escola.
Segundo a autora ao experimentarmos novas formas de mediação TV internet e até mesmo a eletricidade. Mudamos nosso comportamento, nossa cultura se torna diferente porque essas experiências provocam reações biológicas, quando se entra em contato com outras formas de aquisição do conhecimento o cérebro é estimulado, ela afirma que o desenvolvimento do cérebro é função da cultura e dos objetos culturais.
È possível perceber o quanto mudamos nossos hábitos e adquirimos outros com o advento do computador à medida que utilizamos com freqüência, nesse passo quantas áreas do cérebro não são estimuladas, e que pode e favorecer a o conhecimento em outras áreas.
“Um currículo para a formação humana é aquele orientado para a inclusão dos bens culturais e do conhecimento. Está assim a serviço da diversidade.
A aquisição do conhecimento e sua produção ocorrem especialmente a partir da maneira que um indivíduo percebe a realidade seja ela individual, social, e até mesmo do planeta em que vive.
O conhecimento e o comportamento humano devem ser entendidos ao longo da evolução da humanidade e nos mais diferentes lugares tendo em mente que eles se dão de maneira diferente e em épocas diferentes.
O conhecimento da cultura de forma ampla permite desconstruir verdades, integrar saberes, perceber a diversidade humana, diferenciar relações hierárquicas. A escola nessa perspectiva é espaço de encontros e possibilidades, mas também de embates e conflitos essa troca possibilita conhecimento e experiência.
O currículo tem o papel de socializar esses conhecimentos.

Desenvolvimento da função simbólica

“todo ensino na escola de qualquer área de conhecimento, implica na utilização da função simbólica.”
A autora defende que o currículo deve ser estruturado com base nos cinco pilares que orientam o processo de formação do ser humano: memória, atenção, percepção, pensamento e imaginação esta última é peça fundamental no processo de aprendizagem, mas tende a ser deixada em segundo plano. A capacidade imaginativa favorece a aprendizagem, pois permite ao educando criar. Dentro da imaginação criamos possibilidades levantamos hipóteses, problematizamos situações concretas, a memória é complementar desse processo, é nela que fazemos o registro. Na memória registramos as experiências, no entanto possuímos a memória de curta e longa duração, para transformar essa memória em longa duração o aluno precisa refazer sua ação.

O papel do professor
A aprendizagem ocorre em alguns momentos da vida, mas ela ocorre principalmente na relação Professor X aluno.
O professor entra nesse processo como mediador, questionando provocando o aluno a pensar. A relação mais próxima entre professor e aluno, além de favorecer o contato pessoal, permite que o professor conheça cada aluno, seu momento de desenvolvimento, suas dificuldades e dúvidas. Esse conhecimento é imprescindível e de extrema importância para alimentar decisões em atividades e futuros planejamentos. O professor precisa voltar a aprender para construir junto com o aluno o conhecimento.


[A arte no currículo]

Embora não muito valorizada nos currículos, é interessante perceber que a arte está em tudo e todos os lugares, através da música, da literatura, da pintura, da dança. De modo geral as artes, as danças, a música como um conjunto de representações simbólicas, expressam a cultura de uma comunidade. o conhecimento em arte permite que o individuo pense diferente olhe diferente ouça diferente, aumentado lhe a capacidade de percepção e curiosidade, embora não muito valorizada pelo currículo a arte pode ser o elo que irá unir os conhecimentos ao despertar na criança a capacidade de imaginar, criar, perceber fará com que o cérebro seja estimulado em diversas áreas que favoreceram a aquisição de outros conhecimentos.
Desse modo o currículo precisa reconhecer a importância desse conteúdo como aliado no processo de aquisição do conhecimento. Repensar a arte como forma de conhecimento é recuperar a arte como uma linguagem de comunicação básica a critica.

2 comentários:

  1. A reflexão ficou boa e atendeu aos objetivos de pensarmos um pouco sobre as práticas curriculares e suas consequências...

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  2. Micheline, coloque a referência do texto que foi objeto de resumo e reflexão...Ok?

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